O ANTICRISTO

POR: JOSE DE ALMEIDA BISPO
A inteligencia humana é uma coisa linda, mais ao mesmo tempo me assusta de ver como ela é tenue.
tenho alguns amigos que acompanho nas redes sociais e sempre que aparece grandes textos deles (o que no caso deles é bem costumeiro ) pesso autorização para divulga-los. faço muito isso com textos do amigo @Jose de Almeida Bispo que sempre apresenta texto surpreendentes como o Anticristo o qual reproduzirei aqui abaixo.

O ANTE CRISTO
Desde tempos remotos que a Igreja vem se debatendo na defesa da natureza divina de Cristo e uma das figuras mais marteladas como “a ameaça” é, naturalmente, o Anticristo. Da minha parte sempre achei certo exagero esta história de Anticristo, tão divulgada, naturalmente como coisa satânica; como aquilo que tentará – mas não conseguirá anular, óbvio – a ideia que dá existência à existência de Cristo. Mas, a Igreja não para de eleger símbolos do Mal. Imperadores, saqueadores, catarismo, ocultismo, comunismo... um montão de indivíduos ou situações foram usadas pela Igreja para identificar nelas ou neles o Anticristo; só que vacilou, justamente naquele que realmente é o pior de todos: o consumismo.


Observando a simbologia do Google criada para este Natal – aqui, em anexo – a cabeça começou a imaginar coisas e dei-me conta que a Coca-Cola inventou o Anticristo. Veja bem: o anti não é aquele que nega o outro e o faz de tal e tão perfeita forma que toma o lugar dele, aniquilando-o por completo? Onde está Jesus Cristo hoje, no Natal, senão apenas nas casas muitíssimas religiosas e das velhinhas teimosas que ainda insistem num presépio? Quem ocupou seu lugar? O que se vê nas lojas, nas praças, parques de diversões, programação de rádio, TV, páginas de jornais, revistas, sites... senão essa figura mítica criada pela Coca-Cola e chamada Papai Noel? Pior que Herodes Antipas, a Coca-Cola matou o menino antes mesmo de nascer. Substitui-o por um personagem fictício, mas de um apelo irresistível por ser um doador.

Mesmo que, como o próprio personagem, essa doação seja uma miragem. Papai Noel: este é o Anticristo tão temido pela Igreja e pelos cristãos em geral. Nada de espíritos trevosos invasores de corpos como no filme O Exorcista; e sim, uma ideia de plenitude pelo consumo fútil simbolizado num gorducho bonachão, no mínimo engraçado. Nem nada de regimes discricionários, cerceadores da liberdade, inclusive da religiosa e principalmente a liberdade dos que se dizem religiosos de deitar e rolar; o Anticristo é reconhecido por dez em cada dez crianças como o grande símbolo do Natal.

Desapareceu, praticamente, a figura de Jesus; no máximo ela aparece tenuemente; de fundo. Se perguntar a dez de cada dez crianças sobre o que o Natal, todas, com algum acidente de percurso vão dizer: a noite do Papai Noel.

E a tendência é que num futuro não tão distante, exceto na Igreja e pelo menos no Natal, Jesus Cristo não exista: o nascimento é de um deus que inverte a lógica como é comum a um deus de, ao comemorar seu nascimento ser ele a doar o presente; e não a receber.

Atiraram pros lados errados; o inimigo estava em casa.